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  • Foto do escritorJaime Maldini

**A Suspensão das Redes de Pablo Marçal – Justiça ou Excesso?**


O futuro das redes de Marçal em risco
TABATA X MARÇAL

A recente decisão da Justiça Eleitoral de São Paulo de suspender os perfis em redes sociais de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, levanta uma série de questões sobre os limites da liberdade digital e o equilíbrio na disputa eleitoral. O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, atendeu a um pedido do PSB, partido de Tabata Amaral, também candidata à prefeitura, que acusa Marçal de abuso de poder econômico por supostamente pagar apoiadores para editar e divulgar cortes de seus vídeos nas redes sociais. A liminar determina a suspensão dos perfis de Marçal no Instagram, X (antigo Twitter), TikTok, YouTube, além de seu site pessoal e canal no Discord, até o final das eleições.


A decisão é, sem dúvida, polêmica. Por um lado, se confirmados os fatos apontados pelo PSB, a ação de Marçal poderia configurar abuso de poder econômico, gastos irregulares de campanha e o uso de meios proibidos de propaganda eleitoral. O que a Justiça Eleitoral fez foi agir para proteger o equilíbrio da disputa, buscando evitar que o poder financeiro de um candidato pudesse distorcer o jogo democrático. A decisão judicial, neste sentido, teria sido uma medida preventiva para manter o nível do campo de jogo.


No entanto, há outra perspectiva que questiona a proporcionalidade dessa medida. Alguns especialistas em direito eleitoral apontam que a suspensão das redes sociais de Marçal pode ter sido exagerada. A principal crítica é que o esquema de competição de cortes, que envolve mais de 5 mil perfis, ocorria em plataformas descentralizadas, como o Discord, e não diretamente nas páginas oficiais de Marçal. Assim, punir o candidato com a suspensão de suas redes oficiais pode parecer uma medida que ultrapassa a fronteira do que seria razoável, especialmente considerando que não foi provado que esses perfis eram operados ou diretamente controlados por Marçal.


Além disso, o impacto dessa decisão na campanha de Marçal pode ser significativo, já que as redes sociais são um dos principais canais de comunicação com o eleitorado na atualidade. A retirada dessas plataformas pode dificultar a capacidade do candidato de se comunicar e mobilizar seus eleitores, o que, dependendo do desenrolar dos recursos, pode prejudicar sua campanha de forma irreversível.


O que se segue agora é uma batalha judicial que promete ser intensa. Marçal deve recorrer da decisão, e há uma chance real de que a liminar seja revertida, especialmente se o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) considerar que a medida foi desproporcional. Caso contrário, o candidato poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em busca de reverter a suspensão.


Independentemente do desfecho, essa situação levanta questões importantes sobre como lidamos com a influência das redes sociais na política e quais são os limites aceitáveis para o uso dessas ferramentas em campanhas eleitorais. A decisão final sobre este caso pode estabelecer precedentes significativos para futuras disputas eleitorais no Brasil. Até lá, resta-nos acompanhar de perto os desdobramentos e refletir sobre o papel da Justiça Eleitoral na garantia de uma disputa justa e equilibrada.

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