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Denúncia de Contratações Irregulares no Hospital São Camilo, Funcionários da Saúde e População Esteiense São Vítimas!

Foto do escritor: Jaime MaldiniJaime Maldini

Documentos exclusivos dão origem a denúncias de contratações irregulares que refletem diretamente na qualidade de atendimento ao cidadão de Esteio. Prefeitura e Câmara de Vereadores podem estar contribuindo para a precarização do trabalho e da saúde pública por falha na fiscalização, colocando em risco a população de Esteio.

Na manhã de hoje, 26 de fevereiro de 2025, foram protocoladas denúncias formais ao Ministério Público do Trabalho (MPT), ao Sindicato dos Enfermeiros (SERGS), ao Sindisaúde-RS e à Câmara de Vereadores de Esteio, revelando um grave esquema de contratações irregulares via Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) no Hospital São Camilo de Esteio. Os documentos indicam precarização dos trabalhadores da saúde, possíveis fraudes trabalhistas e falhas na fiscalização das autoridades municipais.

Nossa equipe teve acesso exclusivo a documentos que apontam práticas abusivas na administração hospitalar, evidenciando como a falta de fiscalização tem permitido a manutenção desse cenário de irregularidade. Além disso, relatos de pacientes e familiares demonstram que essa situação está colocando em risco a população de Esteio, resultando em atendimentos negligentes, cancelamento de exames e ambientes hospitalares insalubres.

Os prejuízos do contrato via RPA para os trabalhadores

Os contratos via Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) são amplamente utilizados por empresas e órgãos públicos como forma de burlar a legislação trabalhista, negando aos trabalhadores direitos fundamentais garantidos pela CLT. No caso dos profissionais da saúde em Esteio, essa prática resulta em:

  • Ausência de estabilidade: trabalhadores podem ser dispensados a qualquer momento, sem aviso prévio ou indenização.

  • Falta de direitos básicos: os contratados não têm direito a férias, 13º salário, FGTS, licenças médicas remuneradas ou seguro-desemprego.

  • Contribuição previdenciária reduzida: enquanto um trabalhador CLT tem contribuição garantida pelo empregador, no RPA os descontos são feitos diretamente do pagamento, sem qualquer garantia de benefícios futuros.

  • Carga horária desregulada: sem contrato formal, muitos profissionais são obrigados a cumprir jornadas excessivas sem a devida compensação ou controle.

  • Impedimento de ações sindicais: por não serem formalmente reconhecidos como empregados, trabalhadores via RPA não podem reivindicar coletivamente seus direitos com o respaldo da legislação trabalhista.

Essa situação não apenas prejudica os profissionais, como também compromete a qualidade do atendimento à população, pois esses trabalhadores enfrentam insegurança profissional, sobrecarga de trabalho e baixos salários, resultando em maior rotatividade e menor eficiência no serviço público de saúde.

Abaixo, segue a denúncia formal apresentada à Câmara de Vereadores para investigação dessa situação:

População exposta a risco por falta de fiscalização

Vários pacientes relataram em redes sociais que o hospital não consegue absorver a demanda de atendimentos, resultando em longas esperas e falhas graves no atendimento. Dentre os casos denunciados:

  • Pacientes aguardando horas para atendimento emergencial, sem explicação adequada.

  • Cancelamento de exames no dia agendado, mesmo após preparos médicos exaustivos.

  • Descaso com pacientes vulneráveis, incluindo crianças e pessoas com necessidades especiais.

  • Falhas na triagem e atendimento prioritário sem transparência nos critérios.

  • Relatos de baratas, aranhas e insalubridade dentro do hospital.

Esses problemas não são casos isolados, mas reflexos diretos da desorganização e do déficit de profissionais, agravado pela suspensão das horas extras e substituição de profissionais por contratos precarizados via RPA.

A Responsabilidade da Prefeitura e da Câmara de Vereadores

A responsabilidade pelo caos instalado na gestão da saúde pode recair sobre o prefeito de Esteio, que mantém essa política de contratações precárias, e sobre a Câmara de Vereadores, que até o momento não demonstrou fiscalização efetiva da aplicação dos recursos públicos destinados à saúde. A Comissão de Saúde da Câmara, que deveria zelar pela qualidade dos serviços prestados à população e garantir que os trabalhadores tenham seus direitos respeitados, ainda não se manifestou oficialmente sobre a denúncia encaminhada.

A ausência de fiscalização por parte dos vereadores pode indicar uma falha grave no exercício da função pública, permitindo que essas práticas sejam mantidas sem a devida apuração. Afinal, enquanto a Prefeitura economiza ao não garantir direitos aos RPAs, os vereadores seguem sem intervir na degradação do atendimento e na sobrecarga dos servidores efetivos.

Ministério Público do Trabalho Abre Investigação

A denúncia ao MPT foi registrada sob o número NF 000939.2025.xx.xxxxx, e visa investigar a legalidade dessas contratações. O sindicato SERGS já acusou o recebimento da denúncia e encaminhou à sua diretoria para providências. O Sindisaúde-RS também recebeu o pedido para intervir em defesa dos técnicos e auxiliares de enfermagem.

Os próximos passos incluem a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores, caso a pressão popular aumente e as irregularidades sejam comprovadas. Além disso, a denúncia pode ser encaminhada ao Tribunal de Contas do Estado para apurar possíveis desvios de recursos na contratação dos RPAs.

População e Profissionais Precisam Reagir

O que está em jogo não é apenas o direito dos trabalhadores da saúde, mas a vida e o bem-estar da população de Esteio. Se a Prefeitura continuar precarizando os vínculos trabalhistas e a Câmara seguir falhando na fiscalização dessa situação, os pacientes serão os maiores prejudicados, com um sistema de saúde cada vez mais frágil e incapaz de atender às demandas da cidade.

A população deve exigir transparência e ação imediata dos vereadores para garantir que a saúde pública de Esteio não seja transformada em um negócio precarizado às custas do sofrimento dos trabalhadores e da falta de atendimento digno aos cidadãos.

A pergunta que fica: Até quando os vereadores de Esteio vão permitir que essa crise continue sem uma resposta clara?

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